Planejamento Familiar
Pós Aborto e Atenção à Saúde Reprodutiva
Nos países em desenvolvimento, grande número de mulheres
encontra-se aprisionadas num perigosos círculo vicioso da gravidez indesejada
e abortamentos realizados em condições de risco e, com freqüência, ilegais.
Embora parece óbvia a importância de integrar a assistência ao abortamento com
a de planejamento familiar, isso poucas vezes ocorre nos serviços de saúde dos
países em desenvolvimento.
Os obstáculos para a prestação de serviços de planejamento pós-abortamento
são, entre outros, a fragmentação administração entre os serviços de
emergência e os de planejamento familiar, bem como a falta de atenção e
compreensão das necessidades, dos pontos de vista e das motivações das
mulheres. Tal falta de integração entre os serviços contribua para expor as
mulheres a futura gravidez indesejada, e a abortos realizados sob condições de
risco, debilitando ainda mais seu estado de saúde. Além disso, a falta de
outros serviços de saúde reprodutiva - tratamento da infertilidade e doenças
sexualmente transmissíveis - não possibilita oferecer às mulheres toda a
atenção que necessitam.
Uma Oportunidade Crítica
O período pós-abortamento - imediatamente seguinte à assistência a um
abortamento espontâneo ou provocado - é uma importante oportunidade para que a
equipe de saúde auxilie as mulheres a solucionar problemas que contribuem para
uma gravidez indesejada, além das
Doenças Sexualmente Transmissíveis
e a
AIDS / HIV. Uma mulher que acaba de
passar pelos riscos e perigos de um abortamento inseguro, pode estar
expressando claramente um desejo de controlar sua fecundada e a necessidade de
apoio para evitar uma outra gravidez indesejada. A rápida recuperação da
fecundidade pós- aborto torna especialmente crítico o momento de escolha de um
método anticoncepcional.
Em geral, o período fértil da mulher retorna nas duas semanas seguintes a um
abortamento do primeiro trimestre e dentro de quarto semanas naqueles do
segundo trimestre. É possível que muitas delas não estejam cientes desse
rápido reinicio da fecundidade, particularmente porque este difere do
prolongado período de recuperação da fecundidade no pós-parto.
No mínimo, todas as mulheres que recebem assistência ao abortamento precisam
de aconselhamento e informação para garantir que tenham compreendido que:
1. Podem engravidar novamente antes da próxima menstruação;
2. Existem métodos seguros para evitar ou adiar a gravidez;
3. Podem ser encaminhadas a outros serviços de saúde reprodutiva
Métodos Anticoncepcionais
O
planejamento familiar é a possibilidade do homem, da mulher ou do casal poder
escolher livre e conscientemente o número de filhos que quer ter, quando
tê-los e o espaçamento entre eles, usando para isso qualquer método
contraceptivo existente.
Método da Ovulação:
A
mulher identifica os dias que pode engravidar, observando a umidade de sua
vagina. Requer um período de observação e treinamento para que o método
funcione. Não pode ser confundido com corrimento.
Tabela:
É
o método onde o casal evita ter relações sexuais no período do mês em que a
mulher tem maior possibilidade de engravidar, isto é, nos dias férteis. Este
método não é totalmente seguro.
Espermicidas:
São produtos em forma de geléia, óvulo ou espuma que a mulher coloca na vagina
antes de cada relação sexual. São substâncias capazes de matar o
espermatozóide. Não deverá ser usado isoladamente.
Diafragma:
É uma capa de borracha macia flexível que é colocada no fundo da vagina pela
própria mulher antes de cada relação sexual, devendo ser retirado a partir de
8 horas após a relação.
Anticoncepção Oral (Pílula):
São comprimidos feitos com hormônios artificiais semelhantes aos produzidos
pelo organismo da mulher. Existem vários tipos de pílulas com diferentes tipos
de hormônios. A pílula usada corretamente é um dos métodos mais eficaz. Não
deverá ser usado sem orientação de um profissional de saúde.
Dispositivo Intra-Uterino (DIU):
É
uma peça pequena de plástico colocada dentro do útero da mulher e tem validade
de até 10 anos. Não causa câncer. Somente profissionais capacitados poderão
inserir o DIU
Injetáveis:
São injeções contendo hormônios que impedem a ovulação. São aplicados
mensalmente ou trimestralmente.
Camisinha Masculina:
É uma capa de borracha fina para ser colocada no pênis antes de qualquer
contato sexual. Impede a passagem dos espermatozóides e protege das DST's
(Doenças Sexualmente Transmissíveis) e AIDS.
Camisinha Feminina:
É um saquinho de plástico fino e macio que é colocado na vagina antes da
relação sexual e é retirado após cada relação. Impede a penetração do
espermatozóide e protege das DSTs e AIDS.
Ligadura:
Cirurgia feita na mulher. As trompas são cortadas impossibilitando que o óvulo
encontre o espermatozóide. A mulher deve pensar bastante antes de escolher
este método pois o mesmo é de muito difícil reversão.
Vasectomia:
Pequena cirurgia feita no homem que impede que seus espermatozóides saiam na
ejaculação. Não interfere na atividade sexual do homem.
Coito Interrompido:
Não é método anticoncepcional. Consiste na retirada do pênis
antes da ejaculação e na deposição do sêmen fora da cavidade vaginal. Este
método é muito conhecido das adolescentes e fica na dependência exclusiva do
parceiro sexual. Sua utilização muitas vezes não passa de tentativa, pois é
necessário um auto-controle suficiente, não muito comum, principalmente
precoce. Só deve der usado em situações absolutamente excepcionais. A eficácia
é baixa não apenas por este motivo, mas também devido ao líquido
pré-ejaculatório poder conter espermatozóides vivos. É comum a insatisfação de
um ou de ambos parceiros, sendo que a mulher, principalmente, fica muito
ansiosa com o desenlace da relação ou da relação incompleta.